De saco cheio com a terapia, drogas que não surtem efeitos (positivos) e pessoas que dizem "você tem que se ajudar!", resolvi registrar os altos e baixos da minha mente doentia para ver o que acontece. Identifica-se? Concorda? Acha frescura? Comente.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Bon Jovi deveria abrir o show da Fresno!

      Tenho andado alto-astral. A tal "carta-compromisso" assinada pela Dilma é bem genérica, não compromete (muito). Serra deu declarações a favor de união civil gay. Ou seja, nem tudo está perdido, não importa quem ganhe a eleição.  
       Para continuar meu bom humor resolvi esquecer um pouco as eleições e escrever, novamente, sobre um de meus assuntos favoritos: música.
      Na semana passada o Bon Jovi tocou em São Paulo, com show de abertura feito pelos gaúchos da Fresno. Os brasileiros foram muito vaiados, mas tocaram com dignidade até o final. Não entendo muito bem o porquê das vaias, afinal, para mim, as duas bandas significam apenas música pop de fácil assimilação, disfarçada de rock. Não consigo enxergar "som de macho" ou "som de emo". Para mim, tudo é música.
      Mas, pensando bem, existem diferenças entre as duas. A maioria favorável à Fresno. Abaixo estão os 10 motivos encontrados para provar que as vaias, além de inofensivas aos gaúchos, deveriam ser destinadas aos pseudo-rockers de New Jersey.

1. CABELOS HORROROSOS
Sei que todos os penteados, tanto dos rapazes da Fresno quanto do Bon Jovi, são medonhos. Mas, olhando as fotos, prefiro o new mullet dos emos ao desgrenhado-com-luzes-e-franjinhas do Bon Jovi.

 E não tem desculpa de que era moda nos anos 80, pois as últimas fotos são da divulgação da turnê que esteve no Brasil

 Menos (quase nada) mal

2. TATUAGEM FAIL
Apesar de clichê, as tatuagens old school e orientais do Lucas e Tavares são muito legais. Nem precisa comparar com o símbolo do Superman no braço do Jon. Breguice extrema.

 ???                           As carpas de Tavares

3. VISUAL DRAG QUEEN
Esse mal não é só do Bon Jovi, mas de toda banda que tocava hard rock nos anos 80. Além do já citado penteado, a maquiagem feminina pesada e as roupas espalhafatosas ajudaram a batizar a música dessa época como Glam Rock (glamour? Tem certeza?), com representantes como o Poison, Stryper (os travestis infernais de Cristo), Cinderella, Guns'n'Roses, etc...

           
                                        Não parece a Parada Gay da Paulista?                          PUTAQUEPARIU!!!

4. EGO GIGANTESCO
Uma banda formados por músicos competentes e talentosos, mas que tem o mesmo nome do vocalista que paga de sex symbol irresistível, só pode ter uma explicação: o tal cantor se acha o máximo! E isso é deveras chato em um artista não-solo (vide Axl Rose e Eddie Van Halen).

5. LETRAS QUE PARECEM ESCRITAS PELA JOELMA DO CALYPSO
Nesse item a disputa está acirrada. Olha o que diz o maior sucesso do Bon Jovi, I'll Be There For You:

             Quando você respira eu quero ser o ar para você
             Roubaria o sol do céu para você
             Palavras não podem dizer o que um amor pode fazer
Vai dizer que não lembra  A Lua me Traiu?
A letra de Polo, maior sucesso da Fresno, não fica atrás:
            Cantando e mais do que isso gritando
            E às vezes até confessando que eu não sei amar
            Pois sabendo, eu não estaria sofrendo
            E ainda por cima escrevendo, ao invés de falar
Ponto para o Fresno apenas por não mencionar Sol, Lua ou céu.

6. REFERÊNCIAS COUNTRY
As músicas Blaze of Glory, Wanted Dead or Alive, Who Says You Can't Go Home mostram toda a influência caipir...ops, country da banda. Lembrando a trilha sonora dos filmes western de antigamente essas músicas são bem chatinhas. Ponto para os gauchos que gravaram músicas com Chitãozinho & Xororó, numa parceria inédita bem bacana e, de vez em quando, tocam sucessos gauchescos em versões roqueiras.

7. (IN)CAPACIDADE DE SE REINVENTAR
Faz 20 anos que o Bon Jovi está na estrada. Foram gravados 11 discos de estúdio. Todos eles seguem a mesma fórmula: power baladas, baladas roqueiras com refrões para cantar junto, baladas ao violão, algumas baladas mais pesadas, e para fechar cada disco, uma balada insuportavelmente lenta e enfadonha. A Fresno tem a metade da idade e metade de discos lançados, mas, além da citada parceria setaneja, tem revelado certas mudanças na temática e sonoridade de suas músicas. É só ouvir Redenção, Quebre as Correntes e a tal Polo.

8. BANDANA
Definitivamente, quem usa bandana não merece respeito. É como uma pochete, um desastre fashion, só que incrivelmente mais feia e cafona. Vide Téo Becker, Marcos Mion, Axl Rose, Chorão, e outros abilolados.


9. A FOTO ABAIXO
Sem explicação.


10. MUDANÇA DE NOME
Se você não for a Núbia Ólive (antiga Núbia de Oliveira), mudar o nome por conta da numerologia é de extremo mau gosto. A Núbia pode, pois sem essa mudança ela não teria espaço no SuperPop e no TV Fama!. Jon Bon Jovi um dia se chamou, acredite, John Bongiovi.



Trilha sonora do post: Falando em baladas disfarçadas de rock e com letras bregas, aí está Wander Wildner, um pouco mais bonito que Bon Jovi e Lucas...



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Só porque você é paranóico, não significa que eles não estão atrás de você.

     Ando puto com os rumos que a campanha eleitoral tem tomado. Dilma, maior esperança para um estado laico, está prestes a divulgar um compromisso com evangélicos, de que não mexerá com os princípios morais dos brasileiros. Ah, tá. Então o suicídio de jovens gays pressionados por pais religiosos agora é "princípio moral".
     Essa estratégia petista me parece um tiro no pé. Lideranças gays já estão chiando (deveriam ter se manifestado quando começou essa onda, de demonizar os homossexuais e o aborto), e é bem provável que ela não arrebanhe os votos dos evangélicos e ainda perca votos dos militantes.
     Não que eu ache Dilma "maravilha", apenas considero que, com maioria no governo, dessa vez sera mais fácil aprovar projetos como o de união civil ou criminalização da homofobia, ambos propostos pelo PT.    
    Tenho medo de militantes radicais. Tenho medo de evangélicos. E fico verdadeiramente apavorado com militantes radicais evangélicos. Sim, sou meio paranóico. Mas como diz a música do Nirvana, no título, nem por isso meu medo não é real. A Bíblia ensina crueldade a seus leitores e incita o ódio a todos que pensam diferente dos fiéis, mesmo que sejam familiares. Confira aqui o que diz a Escritura sobre o que acontece quando desprezamos alguém da nossa família que pensa diferente.
    Devido a textos assim, fui expulso de casa quando meus pais descobriram minha condição sexual. Se esses pastores cretinos convenceram meus pais que,  , eu não mereço carinho e consideração (06 anos e muito dinheiro depois a ideia dos meus pais a meu respeito é a mesma), o que esperar quando esses caras chegarem ao poder?
      Não sou um militante LGBT (até acho cafona esse rótulo), apenas não quero mais ser julgado (e condenado) pelo sexo da pessoa que vive comigo.
      

 Trilha sonora do post: Rita Lee e seu veredito "Tudo Vira Bosta" me convence, com ironia e sarcasmo, de que não importa quem ganhe a eleição, as minorias  já perderam.


Não é a música citada (Territorial Pissings), mas aí está uma do Nirvana, Heart Shaped Box, que expressa todo meu sentimento em relação à religiosidade excessiva:

domingo, 10 de outubro de 2010

Fuck you, I wont do what you tell me!


    Minha percepção sobre a música é bem parecida com o que eu disse sobre o cinema no post anterior. Diversão é a palvra de ordem. Não me importo muito com técnicas ou grandes mensagens filosóficas (se não fosse assim seria impossível gostar do som cru dos Ramones ou até do sofisticado Moby, visto que a técnica do primeiro é zero e as letras do segundo são quase inexistentes).
    Mas nem sempre foi assim. 
    No fim de minha adolescência, nos anos 90, com minha bipolaridade provocando oscilações de humor insuportáveis, minha (homo)sexualidade aflorando e meus conflitos com a religião, eu me sentia deslocado no mundo. E, por não haver televisão e livros que não fossem a Biblía em casa, a música me ajudou a aguentar aqueles anos loucos, até eu entender o que se passava comigo e procurar tratamento. 
    Numa situação assim, a melhor música para sufocar as mágoas é a música de protesto. E dentre as (muitas) bandas que conheci, a que mais ajudou a expressar minha revolta contra o "sistema" foi o Rage Against The Machine, banda americano formada por descendentes latinos, que tocou ontem no festival SWU, em Itu, SP.
    O próprio nome da banda já era inspirador: Fúria  contra a máquina. E ficou bem mais adequado quando o grupo gravou a música-tema do filme Matrix, meu filme preferido até agora, em 1997.
    As letras, uma miscelânea de influências esquerdóides do mundo afora, eram um atrativo à parte, naqueles dias sem Google Translate, quando traduzíamos com um mini-dicionário emprestado da biblioteca. Ninguém sabia muito bem quem era Che Guevara ou Zapata, mas era ótimo sair pelas ruas gritando "Burn, burn, yes ya gonna burn!!!"
    A guitarra de Tom Morello produzia ruídos espetaculares. Difícil acreditar que aquilo não era produzido por sintetizadores. O vocal de Zack de La Rocha, meio estridente, falado, gritado, quase rap, insuportável para os não iniciados, quebrou de vez a barreira entre o rock e o hip-hop, influenciando bandas atuais como Linkin Park, Evanescense, Korn, Limp Bizkt e Slipknot.
    Mas o tempo passou.
    Ampliei meu gosto musical, resolvi muitos dos meu conflitos, arrumei outros, o Rage se separou sem tocar no Brasil e o interesse pela banda diminuiu.
    Com a volta da banda, 7 anos depois do último show, e a possibilidade de tocar no Brasil  no dito festival, nem cheguei a cogitar ir ao show, afinal, os tempos são outros e não curto mais estar no meio de um monte de moleques revoltados.
    Mas a Rede Globo (sim a Globo!) anunciou que transmitiria compactos do evento e eu quis conferir.
   Fiquei até tarde esperando acabar o odioso Zorra Total (em outro canal tinha o também odioso Legionários) e, em seguida, o repugnante Todo Mundo em Pânico 4.
    Minha expectativa era de alguns takes e comentários sobre o show, além das tradicionais entrevistas com os fãs que acampam no local, enfim, essa cretinice comum à toda cobertura de eventos musicais que a Globo faz. Sim, cretinice. Pois o mais importante num festival é a MÚSICA e não quantos dias um debilóide ficou numa barraca,sem tomar banho, para ver seu ídolo de perto.
    Mas, para minha (boa) surpresa, após uma música bacaninha dos Los Hermanos (O Vencedor) e uma medonha do Mars Volta, foi feita a transmissão não de uma, mas de 07 (SETE!!!) músicas do RATM. 
    Foram elas, não exatamente nessa ordem:
    - Testify;
    - Bullet In The Head;
    - Bombtrack;
    - Know Your Enemy;
    - Killing In The Name;
    - Bulls On Parade;
    - People Of The Sun.
    Tudo devidamente editado, sem tradução ou explicação das letras e discursos (antes de People of the Sun, Zack reverencia o MST), com o apuro técnico que é praxe da Globo e sem mostrar as confusões entre fãs exaltados e seguranças. E ainda tinha a foférrima Danielle Suzuki fazendo comentários coerentes como: "o som 'iraadoo' do Rage" ou ainda " a fúria do Rage".
    Ficou estranho, considerando que a frase-título deste post (ah, não vou traduzir, deu preguiça) foi gritada várias vezes, por 50.000 pessoas, na música Killing in the Name, e a Globo encabeça, atualmente, a cobertura jornalistíca eleitoral mais parcial e tendenciosa de que se tem notícia.
    Mas valeu assim mesmo.
    O show estava impecável e as músicas relembraram momentos de fúria na minha vida, quando eu sofria muito por não admitir o que eu sentia. Fui dormir em paz, depois das pancadas sonoras vindas da TV.


Trilha sonora do post: um trecho do show exibido pelo Multishow, com a citação ao MST :

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quer me foder? Me beija!


      Vou ao cinema por pura diversão. Gosto de me entreter, de passar duas horinhas longe da realidade, gosto de filmes pipoca, filmes de verão. Apesar de não ser muito fã de "filmes-cabeça" alguns filmes conseguiram ultrapassar o limite que separa o entretenimento e a reflexão. Matrix foi o primeiro que mexeu comigo, me fez pensar e me encantou, visualmente falando. Mais exemplos são Réquiem para um Sonho, Cidade de Deus, Meninos não Choram, Wall-E, e, entre outros, Tropa de Elite. 
     Minha expectativa para a continuação, Tropa de Elite 2, era alta, exagerada até, visto que amei o primeiro filme. Mas nada poderia me preparar para a porrada que é esse Tropa. Saí do cinema a pouco e estou extasiado. É muito melhor que o primeiro.
     No primeiro, a mensagem era clara: os usuários de drogas, de classe média, são os grandes responsáveis pela violência do tráfico no Rio de Janeiro. E essa violência só é detida com mais violência.
     Agora o filme mira para cima, e prega que nem todas as balas do mundo mudam um local se há interesses políticos (votos + grana) envolvidos.
     De um modo exagerado, afinal de contas, ainda é um filme, Nascimento, agora Coronel, nos narra a limpeza feita nos morros cariocas pelo BOPE, e a sua ligação com o surgimento das milícias e com a reeleição de deputados e o governador do Rio. Impossível não pensar nas UPP's e em Sérgio Cabral sendo reeleito com quase 70 % dos votos. Mas, como um letreiro ironicamente avisa no início da sessão, qualquer semelhança com a realidade é coincidência. Prato cheio para os paranóicos de plantão.  Agora é só esperar a enxurrada de e-mails na segunda.
          E, apesar das ideias polêmicas, da violência extrema, da trama intrincada, dos inúmeros personagens, o filme diverte. E muito. Michael Bay deveria ter umas aulas com José Padilha, para aprender a criar cenas de ação de impacto  e frases de efeito. "Pede pra sair!"? "Você é moleque!"? Já era!
Novos bordões estão lá, prontos para cairem na boca do povo, como o que intitula o post.
 E o uso de helicópteros, iates e carros blindados mostra que o primeiro flime faturou alto e dá uma cara de cinemão americano à produção. Para algumas pessoas isso é ruim, mas, ao final do filme, todos que estavam no cinema lotado aplaudiram o filme exaustivamente.
     Enfim, valeu cada um dos muitos reais gastos no ingresso.

Trilha sonora do post: a música mais óbvia que me vem à cabeça não é aquela do Tihuana, nem o Rap das Armas, mas sim o bom Planet Hemp. Quem assistir ao filme vai concordar...



...ou ainda o clássico recente dos Titãs, Vossa Excelência:




P. S.(1): Quando vejo filmes nacionais no cinema, são tantos logotipos de patrocínios e incentivos culturais que, me dá a sensação de que deveriam me devolver o dinheiro do ingresso. Sem falar nos comerciais antes das sessões. 

P. S.(2): Ainda bem que tiveram o bom senso de não colocar no filme o supra citado Rap das Armas. Ninguém aguenta mais o tal PARRÁ-PA-PA-PA-PA-PA-PA-PA-PÁ!

P. S.(3): Na última vez que vi uma centena de pessoas vibrando e aplaudindo ao ouvirem palavras de ordem contra o "SISTEMA" foi num show do Ratos de Porão, 12 anos atrás. Mas eram todos adolescentes pseudo-punks, e não senhores e senhoras endinheirados de meia-idade. Estranho.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Existem mais bipolares do que se pensa!

     Já ouvi muitas pessoas usarem o termo "doença da moda" para se referir ao Transtorno Afetivo Bipolar. Pena que pensem assim. Como disse no post anterior, o problema maior para o tratamento é a aceitação da doença. E termos preconceituosos não ajudam muito, nessa e em qualquer outra situação diferente da "normalidade".
   Claro que deve-se considerar o histórico do suposto bipolar. Pessoas com problemas pontuais, motivados por situações inesperadas não devem ser tratadas como bipolares. Afinal, quem reage bem à demissões, términos de relacionamentos, perdas de pessoas próximas, conflitos de sexualidade, mudanças bruscas, etc?
Existem, hoje em dia, muitos psiquiatras que confundem estados emocionais ocasionados por situações como as relatadas acima e propõem um diagnóstico errôneo da doença, contribuindo assim com essa falsa impressão de "onda" de bipolaridade.

    Mas, abaixo estão alguns exemplos de bipolares famosos, para provar que o distúrbio não é moda, nem é recente.


Elizabeth Taylor

Edgar Allan Poe

Cary Grant

Fernando Pessoa
  
Sigmund Freud

Ernest Hemingway

Elvis Presley

Trilha sonora do post: mais velharia clássica feita por bipolares, Janis Joplin...



...e Jimi Hendrix:

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

EM (APARENTE) ESTADO DE GRAÇA

                                                                                          Noite passada eu dormi por aproximadamente 3 horas e meia.
    Pouco? Não pareceu, pois passei o dia todo elétrico, respondendo e-mails, falando pelos cotovelos, me intrometendo em todas discussões possíveis, comendo pouco e tomando muito café. Sei que estou entrando numa crise de mania, o oposto da depressão.
   Apesar do bem-estar momentâneo, aprendi, depois de muito tempo, que esse estado de euforia não é bom.
    Tomo decisões precipitadas, compro coisas das quais não preciso, ajo por impulso, tenho meus impulsos sexuais elevados a enésima potência, dirijo perigosamente e topo qualquer desafio.
    Tudo isso num estado de consciência estranho, percebo o que acontece, mas não consigo evitar, como se eu fosse um espectador de minhas próprias ações.
    Em casos extremos a euforia vai aumentando até a um colapso. Agressividade gratuita acontece nessa fase (já ocorreu comigo 2 vezes, na última foram necessários 4 para-médicos, injeções e ataduras para me amarrar em uma maca). Alucinações também são frequentes para quem ultrapassa esse limite. E também tentativas de suicídio. Esses colapsos são os conhecidos surtos psicóticos.
     Mas, por que isso ocorre?
   Em qualquer pessoa o estado de humor é determinado por reações quimícas ocasionadas no cérebro. Existem substâncias que, em maior ou menor quantidade, provocam euforia, sensação de prazer ou tristeza (em outro post falarei sobre algumas substância e reações em especial).
Uma pessoa normal reage a estímulos externos na produção dessas substâncias, podendo ficar mais alegre com uma boa notícia, por exemplo, ou uma música agradável, ou ficar mais triste ao presenciar um acidente.
Já um bipolar, como eu, tem um completo desiquilíbirio na produção dessas substâncias. Pode responder de forma exagerada à estímulos, (como chorar horas a fio por ser chamado de feio) ou ter mudanças bruscas e extremas, alheias a qualquer motivo (como, no meio de uma festa, começar uma crise de choro).
    Minha bipolaridade é de ciclos rápidos (mais de 4 mudanças em um espaço de 1 ano), e o medicamento mais comum para o transtorno, o Carbonato de Lítio não é eficaz para casos como o meu. Melhor assim, pois pessoas que usam Lítio costumeiramente aumentam de peso com rapidez absurda.
Sendo assim, no meu caso, resta o controle com antidepressivos e ansiolíticos, de ação rápida, combinados. Funciona, basicamente, assim: tomo um medicamento (Donarein ou Amato) para dormir e um estimulante (Bupropiona) para acordar.
Nas fases depressivas, tudo ajuda,  amigos, esportes, hobbies, trabalho, mas dispersa na hora dos medicamentos. Afinal, quando estou equilibrado, a última coisa em que penso é a medicação. E para desencadear uma nova crise depressiva (que é mais frequente comigo) é só uma questão de tempo.

    Esses ciclos são extramentes desgastantes, não só para portadores do distúrbio, mas também para familiares, amigos e colegas. É difícil compreender tanta oscilação sem motivo aparente e, com o preconceito inevitável, a convivência é insuportável.
    A terapia ajuda a manter os pés no chão, e não largar os remédios, afinal esse problema é crônico e não há cura. No máximo, controle.


Trilha sonora do post: Mika, mais apropriado impossível, "running around again, running from running..."


P. S.: A Marilyn, lá em cima, é porque ela deve ser a celebridade bipolar mais famosa. E eu acho a ilustração o máximo. Já a Britney é um exemplo de colapso (surto) depois de euforia.